domingo, 16 de novembro de 2014

Igual a ti? Não há ninguém.

Queres crescer? Então aprende com o passado, vive o presente e não penses demasiado no futuro. 
Ultimamente tenho-me questionado sobre algumas decisões que tomei e o porquê de as ter tomado, ao mesmo tempo que não posso deixar de pensar em algumas que terei de tomar. Na verdade, todos nos questionamos sobre isto, afinal, todas as nossas ações no presente têm a sua influência do passado e terão, certamente, influência no futuro. 
Se há algo que ainda te deixa inquieta, não deixes que continue assim. Desfaz todas as tuas dúvidas e segue em frente. Se é tarde demais para fazer perguntas, então desliga e aproveita o que de bom a vida te está a dar. 

A bela analogia da vida a uma montanha Russa é das mais próximas da sua definição. Nem todos os momentos são em alto, muito menos serão todos em baixo. Tudo bem, no ano passado a escola, o curso não correu tão bem como esperarias, terminaste uma relação duradoura e um amor de verão ficou-se apenas por aí, pelo verão. Agora, terá de ser esse o impedimento para o viver em pleno do presente? Como é óbvio que não! Nenhum de nós tem de ser estudante de psicologia para saber o quão importante é ter auto estima e a crença de que as coisas vão correr bem. Agora, não te encostes a um muro, não estejas à espera que oportunidades de emprego caiam do céu ou que grandes notas em frequências e exames surjam como fruto da sorte.

Sim, a sorte existe, mas nunca será dela que o teu sucesso irá depender totalmente, em parte não o posso negar que até dependa. Porém o conhecer de este ou de um outro individuo mais influente, não te irá servir como um elemento fundamental se não lhe mostrares o quão bom, especial e único, tu és, não vais ser tu o escolhido.

A vida não é apenas um jogo, mas vive muito "à sua beira". Não se trata de seres o primeiro ou de seres egoísta para com os outros, mas sim de dares o teu melhor, de saberes que estás dedicado "de corpo e alma" e acima de tudo, de saberes quem está a teu lado e que estarás pronto ajudar, mesmo que ele não retribua. 

Não vivas agarrado ao passado, vive antes com a ideia de te tornares melhor a cada dia, de dares mais de ti e de receberes mais dos outros. Exige de ti e dos outros! Não aceites o conformismo e não negues a luta, não saias de casa com a incerteza do caminho, sai com aquele brilho nos olhos neste mundo onde a incerteza reina cérebros e corações. Vive na certeza que de serás melhor a cada dia e na certeza que igual a ti, não há ninguém.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Coimbra para ser Coimbra" muitas coisas me há-de contar...

Bem, hoje escrevi o meu primeiro artigo. Sim, é verdade, demorei 6 horas a fazê-lo,mas não o fiz sozinha. Tive a companhia de duas belas surpresas que Coimbra me trouxe, tão bem me trouxe e certamente, tão bem irão ficar. 

Um novo ano, novos desafios e novas conquistas.
Não seria honesto da minha parte dizer que tem sido fácil, não é, nem queria que assim o fosse. As coisas fáceis não nos dão luta ou vontade de querer ainda mais, as coisas a que chamamos de difíceis, acabam por se tornar naquelas que mais gosto nos dão em realizar.

Aquele a que muitos chamam de "conforto da casa dos país" é um conforto é verdade, porque nunca deixamos de encontrar um sorriso conhecido quando chegamos de mais um dia de aulas na faculdade, mas também é por outro lado uma vivência conjunta do abrir de novas portas, de novas experiências.

Coimbra, deu-me a certeza do curso que escolhi, da área em que sempre quis vir a trabalhar. Deu-me uma ligação com os meus pais e com a minha família, que talvez não seja apenas fruto da maturidade, do trabalho e do tempo, talvez também a cidade me esteja a permitir olhar, com verdadeiros olhos de ver, aqueles que mais gostam de nós e que mais querem que vivamos o momento. 

Coimbra, está a dar-me amigos novos, alguns que ainda agora chegaram e já se renderam aos encantos desta cidade. Outros, que através da lição e da tradição nos vão mostrando o verdadeiro sentido daquela que será a saudade. 
Coimbra, dá-me música. Muito mais que acordes que saem de uma guitarra, de um cavaquinho, de um bandolim, de um violino ou do ritmo que solta a pandeireta, dá-me, Coimbra, a verdadeira lição. Através da música encontrei sentimentos, sorrisos e lágrimas, encontrei razões e sentidos que nem o tempo me soube contar. 
Coimbra, já me deu muito, ou não seria esta a minha cidade desde sempre. Porém, o seu verdadeiro espírito, a sua verdadeira essência deixo que seja o tempo a mostrar-me porque tal como o correr das águas do rio Mondego, "de Coimbra, fica o tempo que não passa, neste passar de tempo que não volta". 

A. Rita Flores 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

"Nós queremos realizar esse sonho!"

"Desde sempre, sopra uma brisa", desde sempre que temos sonhos, sonhos esses que são carregados por alguém. Alguém tão leve como o vento, que nem damos por ele, esquece-mo-nos da sua presença. 

Ao longo do fim de semana, lembrei-me dos meus sonhos em criança, do modo como os meus irmãos mais velhos foram contribuindo para que eles se realizasse, se tornassem parte de mim e me fizessem crescer. Alguns, certamente, não passaram de palavras soltas escritas numa folha de papel. Outros, porém, fizeram-me olhar o mundo, crescer e continuar a acreditar no sonho. 

"O mundo avança com a nossa vontade". É verdade que os sonhos segundo o dicionário são um produto da imaginação, da fantasia, algo impossível, uma ilusão, porém, porquê seguir as regras e ser igual a tantos outros? Porque haveremos de esconder o nosso verdadeiro eu e não demonstrar a nossa vontade? AmbiçãoTrabalho? E no fim de tudo, a concretização

Nem tudo serão caminhos trilhados, nem tudo serão belos vales, com lindas flores, é verdade, mas quando desafiamos o Eco "gritando FELICIDADE! Ela virá de volta, uma e outra vez, de cada vez, que encontres a dificuldade". 

Este é o teu desafio, o nosso desafio! Um dia alguém carregou os nossos sonhos, esteve a nossa lado e sonhou connosco. Agora, é a nossa vez de os ajudar a fazer voar os deles, a deixar que a brisa que sopra lhes mostre o caminho, que os faça cair, mas que os ajude a levantar-se e a erguer-se de novo, prontos para mais uma queda. 

O nosso papel? Ser realizadores de sonhos... 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

E tudo começou um dia

Sentei-me no sofá do meu quarto antes de ir dormir. Amanhã era o grande dia, o dia das matrículas, o dia em que passaria a ser oficialmente estudante da universidade. Passou tudo tão rápido, ainda ontem era o início do verão e chorávamos por ver terminar os três curtos anos como alunos do secundário. 
Passou tudo tão rápido que nem sempre percebemos se vivemos o máximo, se demos o máximo ou se podíamos ter dado a ainda mais. Se não demos, será que ainda vamos a tempo? O tempo? Não passam de números seguidos, de um ciclo que se repete. O modo como aproveitamos o tempo? Depende de cada um de nós e da maneira como o queremos desafiar. Desafia o tempo e mostra-lhe como és um verdadeiro cavaleiro das horas e dos minutos aproveitados!

As mudanças surgem: crescemos; começamos a gostar de por batom antes de sair de casa; temos mais cuidado com a linha; olhamos o mundo em nosso redor com outros olhos e começamos a aperceber-mo-nos daquilo que realmente nos rodeia, um vizinho, um amigo, um sorriso de um desconhecido ou a lágrima de uma mãe. 

Cruzamos os olhos nas fotografias antigas e pensamos muitas vezes "Como é que alguma vez fui capaz de cortar assim o cabelo?". Bem, se o fizemos foi por acharmos que nos iria ficar e, em verdade, aos olhos dos nosso pais ficamos bem de qualquer maneira, seremos eternamente os meninos dos olhos deles. Cruzamos os olhos e pensamos o quanto fomos felizes, o quanto os nossos pais e os nossos amigos fizeram de nós pessoas felizes e com vontade de ser assim todos os dias.

Hoje sentada no meu sofá, que não poderia deixar de ser cor de rosa, e de olhos postos na minha caixa de recordações, penso na opção que tomei, no curso que escolhi e nos momentos futuros que irei viver. Penso na minha primeira praxe, na minha primeira latada, na minha primeira serenata, na minha futura madrinha, na primeira vez que vou vestir capa e batina, na primeira vez que vou subir a palco... penso em tanta coisa! E são tantas as questões que surgem e para as quais (ainda) não tenho resposta. Prefiro não procurar a resposta, prefiro esforçar-me e trabalhar para que essa resposta se torne parte do grande desafio que será a vida académica.

É tempo de ir descansar, amanhã, certamente, a fila será grande, mas lá no fundo não me importo muito de esperar. Esperei tanto tempo por este momento, pelo dia em que também eu seria parte da tradição, que lentamente darei os primeiros passos para a sua vivência.
Até amanhã, caloira...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bem açucarado...

Ontem (dia 26 de Julho) comemorou-se o dia dos avós. Um dia tão especial como o dia da mãe ou o dia do pai, afinal todo aquele que hoje é avô, também um dia foi pai, tal como os meus são, para mim, os meus segundos pais.
Tenho uma relação muito especial com ambos, tudo aquilo que sei sobre a vida de campo, sobre a agricultura, sobre alguns animais, plantas e vegetais, foi porque partilhei muitas conversas com eles.

O meu avô paterno é um HERÓI para mim: lutou pelo nosso país, esteve preso na Índia, mas nunca desistiu de voltar. Apesar das adversidades da vida, que África acabou por lhe trazer, juntamente com a sua família soube erguer-se de novo e construir aquela a que eu hoje chamo de "casa dos avós".
O meu avô materno é para mim um GUERREIRO: lutou e trabalhou para que nada faltasse em casa, para que a minha mãe e os irmãos pudessem estudar e construir aquela que eu hoje chamo de "a minha casa".
A minha avó materna é uma LUTADORA. É aquela avó, que por mais que cresça serei a sua eterna Ritinha, pequenina e que como ela o diz tem "uns marmelinhos bem jeitosinhos". Rio-me sempre que ela conversa comigo e relembro-me bem das mulheres da sua idade, que sujeitas á sociedade da época, foram descobrindo aquilo que é o amor, porque trabalhar? Isso desde pequeninas que elas sabem bem.
A minha avó paterna é para mim uma FORÇA. Sempre soube esperar pelo seu amor, pelo dia em que também ela se viria a tornar mãe.
Uma mulher moderna e atual, que sempre me disse "oh filha, tu estuda. Estuda para ganhares o teu dinheirinho e para seres independente". Gostamos muito de conversar com todas as mulheres lá de casa, que em número são bem mais que os homens. Constituímos o gang das super mulheres, que pelos diferentes feitios e personalidades, ora debatemos, ora contamos cusquices umas às outras.
O dia dos avós é apenas mais um dia do calendário, uma desculpa para um telefonema ou um beijinho. Porém, neste dia lembra-mo-nos sempre deles e embora eu saiba, que um dia, também eles serão estrelinhas lá do céu que estarão a olhar por nós, quero poder aprender com eles e conversar com eles tudo aquilo que a vida lhes ensinou.
Afinal, os avós, são quem mais açúcar nos dá para a vida.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

E Cleofas, teve t-shirt?

Passamos a vida neste correr corre. Vamos à escola, voltamos a casa, saímos para tomar café, voltamos ao trabalho e quando finalmente chegamos a casa mais trabalho nos espera. 
Esquece-mo-nos das pequenas coisas, de as observar, de as pensar ou simplesmente de as olhar. 

Também ele não reparou, apenas o via como um viajante que se juntou a ele no seu percurso. Falou-lhe das suas tristezas, do caminho que fazia e com quem o fazia. Apenas quando ele repartiu o pão, o soube reconhecer e ver com quem fez ele todo aquele caminho. 


Hoje fizeste um pequeno grande percurso e provavelmente tens umas dores desconfortáveis em alguns membros. Mas, então e como esteve o tempo hoje ? Qual era a cor da camisola da pessoa que esteve ao teu lado? Partilhaste o teu sorriso com um desconhecido? Pois bem, passamos os dias neste corre corre que simplesmente nos esquecemos de quem está todos os dias ao nosso lado, quem partilha connosco o seu pão no fim de uma longa caminhada. 

Hoje em dia somos assim, muitas vezes precisamos que alguém nos toque para que olhemos o mundo com olhos de ver. E se é verdade que nem todos vivemos a fé da mesma maneira, não significa que lá no fundo não estejamos todos unidos. Afinal há caminhos que escolhemos e caminhos que nos escolhem. 

(Encontro Regional de Caminheiros e Companheiros 2014 - Momento da actividade de clã)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Ondas do mar

Os meus pensamentos são como as ondas do mar, vão e vêm. Às vezes deixam rastos de sal, sal esse que espalhado pelo areal deixa marcas de uma passagem.

Em criança muitas vezes tentei caminhar no areal sem deixar uma pegada, ou aproveitar as pegadas já deixadas para caminhar por cima. Com grande frustração nunca consegui!  Na minha pequena mente científica, por estar sujeita a uma força que não me permite andar sem deixar marca. Contudo, na minha grande mente poética diria que todos temos uma pegada a deixar, seja no areal da praia, seja num campo de relva, ou simplesmente na estrada em que os carros passam provenientes da vida agitada que levam.
Quando estou perto do mar gosto de ver e ouvir o rebentar das ondas, de ver até onde a luz do farol alcança ou quantas estrelas posso contar pelo anoitecer. Pelo menos junto ao mar, não há ruído, apenas as vozes das sereias que nos cantam canções de embalar, e nos contam histórias de aventuras sobre cavalos-marinhos e estrelas-do-mar.

Pensava que era em terra que um homem se encontrava, se sentia realizado e pronto a encarar cada desafio. Mas então porque tão grande parte do nosso planeta é constituída por água, se esta não existe para fazer do homem um ser melhor? Não consigo ainda compreender bem aquilo que o mar tem para me dar, nem mesmo aquilo que ele me quer dizer. Quando era mais nova, nos dias de verão passados no Algarve, em família, gostava de ficar até ao por do sol junto ao mar, cantava para ele e falava-lhe sobre mim. Se ele me respondia ou não, não tenho bem a certeza, mas das minhas pequenas dúvidas de criança saí com decisões tomadas e prontas a serem realizadas.

Hoje em dia perdi grande parte do contacto que tinha com o mar, deixei de falar com ele, passei a ser como via as mães: passar o dia estendido na toalha embalada nas palavras dos grandes heróis da literatura. Tenho tanto que gostava de te contar. Gostava de te mostrar o quanto cresci, mas como lá no fundo continuo a ser a criança que brincava com os baldes e com as conchas até que os pais a chamassem para que também eles pudessem descansar.

Então e tu mar? O que tens para me contar?

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Contos de fadas

Se hoje em dia existissem contos de fadas tu e eu seriamos as personagens principais.
Talvez não fosses um belo príncipe e eu uma linda princesa, simplesmente seriamos tu e eu, sem vestidos ou espadas que impedissem de nos conhecermos verdadeiramente. 

Se os contos de fadas existissem tudo seria como nos filmes em que por acaso eles se encontram num campo de flores, ou ele a salvaria das garras de um temível dragão. Hoje em dia tudo são encontros marcados, previstos e agendados, sem que demos oportunidade ao imprevisto e à espontaneidade. 

Se os contos de fada existissem ele declarava-se a ela ao som de uma serenara, ou de uma carta de amor. 
Nos dias de hoje talvez ela o fizesse, ou simplesmente nada acontecesse. Talvez trocassem mensagens por telemóvel e alguns gostos nas redes sociais. 

Se os contos de fada existissem o modo como se procura o príncipe encantado não era mais do que através de um sorriso. Hoje em dia passamos dias, horas a ligar os dados móveis para ver se algum de nós está ligado.

Se existissem contos de fadas, tudo isto não passariam de palavras numa folha de papel, mas sim de uma história de amor sendo relatada. 
Apesar de tudo, ainda hoje acredito em conto de fadas afinal, "tenho em mim todos os sonhos do mundo". 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Uma gota

Passamos o dia-a-dia a correr, não olhamos em nosso redor, não damos contas das mudanças ou do novo corte de cabelo da nossa vizinha da frente.  
Passamos o tempo a lamentar-nos sobre aquilo que nos corre de mal sem nos lembrarmos de aproveitar as coisas felizes e os momentos em que estamos com quem é importante para nós.  

Passamos demasiado tempo agarrado às novas redes sociais: o facebook como modo de partilha, o twitter com desabafo, o snapchat quando de mais nada nos recordamos e no instagram pelo gosto de recordar fotograficamente os momentos que vivemos. Deveríamos viver mais na prática do que no virtual... Não se criam histórias de uma vida pela internet, não são feitas grandes lutas ou grandes conquistas pela internet, muito menos criamos melhores amigos através dela. 

Vive a tua própria história, não a sonhes virtualmente.
Que histórias contarás aos teus netos sobre as aventuras que tinhas quando decidias ir tirar laranjas ao quinta do vizinho?  
Que histórias irás contar um dia, quando fores convidado a partilhar um momento em que te sentiste totalmente livre?  

Por mais estranho que vos possa parecer apenas agora compreendo o verdadeiro sentido do "não só do pão vive o Homem". Não é apenas do modo como vivemos as coisas, ao mesmo das coisas que vivemos, é importante crescer com elas, tomar delas o que melhor nos completa (nos alimenta). Nem tudo serão experiências positivas ou enriquecedoras, é certo, porém crescemos mais quando delas aprendemos a tirar bem o sumo, mesmo que só numa gota resulte.  

Não quero dar nenhuma lição de vida porque também eu gasto o meu tempo nas novas tecnologias, afinal também eu sou fruto da sociedade e apenas temos de aprender a moldar-nos, a ser nós próprios mesmo nos momentos em que nos sentimentos mais em baixo.

Inspirada por muitos, mas neste texto em alguém em particular, quero deixar uma marca no mundo, quero descobrir a missão me foi confiada. Desse mesmo modo, tomo a liberdade de terminar por hoje com uma frase, que não minha, mas de alguém que já deixou uma pequena grande marca em mim muitas vezes com simples palavras.  "E tu, que vais fazer com a tua história?".

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Na minha gaveta...

Queria escrever-te uma carta, mas não sei bem como iria começar.
Talvez com um pequeno Olá, Sou eu a tua amiga. Bem, melhor seria começar com uma simples frase que eu sei que te enchia o olhar: Sabes (também) eu passo a vida a escuteirar
Quando te quero escrever tudo o que faço me parece ridículo, demasiado frio ou demasiado pessoal para ser partilhado através de um papel. Por isso, não te escrevo e deixo que o vento leve os meus pensamentos. 

Queria escrever-te uma carta, mas não sei bem com que tema. 
Talvez te perguntasse qual a tua música preferida, a cor que mais gotas ou o porquê de seres escuteiro?
Porém, quando te começo a escrever todas as perguntas me parecem estranhas e demasiado óbvias para serem feitas. Por isso, não te escrevo e deixo que as palavras as leve o vento.

Queria escrever-te uma carta, mas não sabia como a terminar.
Talvez um Adeus, um Até já ou uma Forte Canhota. Porém, tudo me iria parecer uma despedida prolongada e nada me deixaria ficar por aqui a sonhar. 

Queria escrever-te uma carta, mas não saberia para onde enviar.
Por isso, ponho-me a pensar e na minha gaveta as deixo ficar. 


(Fruto do pensamento e não do sentimento)
A. Rita Flores 

terça-feira, 3 de junho de 2014

A Nostalgia

Está a terminar! Está a chegar ao fim mais uma etapa da nossa vida como estudantes.
O secundário termina, uns amigos ficam, outros vão connosco para a vida, mas nós somos quem "decide" quem fica. Não sabemos o que nos espera, ânsia, lágrimas, nostalgia e estudo é tudo o que sentimos por agora. 

Aqueles que já passaram por aqui, dizem que o melhor nos espera, mas então e os intervalos ? Os amigos desde a primária? O Bar da escola ? A rádio da escola ? Os mais novos, que também fazer parte do nosso quotidiano ? Os momentos para decidir as mesas do baile? Ou os risos que demos na cantina da escola? 
Ninguém vai embora, nós sabemos, mas agora que estamos a terminar é que entendemos o verdadeiro sabor das coisas. Quando finalmente nos apercebemos, é quando está a chegar ao fim. 

Por um lado, só queremos ir, a universidade espera por nós. Finalmente estudamos o que queremos, as melhores festas e os melhores momentos estão para vir.
Por outro lado, queremos ficar. O secundário é tão confortável, a rotina sabe bem... Sabemos com quem estamos, o que esperamos e com quem iremos estar amanhã. 

Quando entro na escola, recordo-me sempre da primeira vez que o fiz. Estava com a Mariana e com a Margarida, foi um momento de magia, quisemos entrar todas com o pé direito. Se ajudou ? Talvez, mas começamos logo bem a chegar atrasadas à apresentação. 
A minha directora de turma parecia ser muito simpática, mas a escola parecia tão grande e quem por lá andava tão velho. De um dia para o outro deixamos de ser as meninas no básico e passamos a ter a responsabilidade das notas. Não a tivemos sempre ? Desde miúda que estudo, cada vez mais é certo, mas organização e método sempre o quis construir. 

Perguntam-me muitas vezes porque foi para ciências se quero letras e muitas vezes responderia que não sabia bem. Porém, agora sei bem! Ainda bem que fui , alarguei horizontes, fiz grandes amizades e aprendi mais do que esperava. Cresci com os problemas de matemática, com a estequiometria a química e com os movimentos a física, cresci com as células a biologia e com as rochas magmáticas a geologia. Se voltava atrás? Talvez em alguns momentos sim, mas nesta escolha não!! 
Todos temos o nosso mérito, todas as áreas têm o seu valor e o seu trabalho. 

Muito nos espera agora, mas o futuro é um rascunho, é um esboço, o que escolhemos hoje não tem de definir para sempre aquilo que faremos amanhã. 
A única certeza que tenho é a da felicidade e da amizade que quero manter. 
Que seja o início de uma enorme fase: de trabalho, de amor, de amizade, de felicidade... de vida. 
Aproveitem os últimos dias, a escola será eternamente nossa, o dona será sempre nosso!!

domingo, 1 de junho de 2014

Arco Íris pintado por nós

Hoje é um dia muito especial, o dia da CRIANÇA!!
Para muitos, talvez seja um dos poucos dias em que "recebem" algo: uma ida ao zoo, um gelado, um abraço mais especial, ou uma história antes de adormecer.
Como uma eterna criança diria que os gestos mais pequenos e mais simples são sempre aqueles que recordamos para sempre.  

Se me questionarem qual foi a prenda que mais gostei de receber enquanto criança, responderia que não me lembro. Recebi tantas coisas: barbie's, nenucos, puzzels, roupas, mais barbie's; definitivamente eram as barbie's aquilo que mais gostava, apesar de nunca ter recebido a Barbie Escuteira. 
Muitas vezes chorava por não ter aquilo que queria, naquele momento, mas agora, mais matura e um pouco menos criança, sei que sempre tive tudo. Comida no prato nunca me faltou, beijinhos de boas noite também não, muito menos me faltou uma família presente.  

Uma criança não se mede pela idade, porque se fosse assim nunca deixávamos de ser crianças. Quando assim somos não temos medo de nos sujar; de usar as mãos para pintar um quadro; de jogar futebol e de ficar todas despenteadas; de dizer que todos os meninos são feios, mas de receberes no intervalo um papel com três quadradinhos para o sim, o não ou  talvez ...

Há muitas histórias de crianças: umas que lêem sobre super heróis e outras em que elas são os verdadeiros heróis. Crescer faz parte, mas não precisamos de deixar de lado o espírito de aventura, de medo, de criatividade, de sonho, de persistência... de criança. 
Como disse Pablo Picasso "Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer". 
Se me perguntarem o que quero ser quando for grande respondo "Feliz!", mas se me perguntarem aquilo que quero ser, mesmo quando crescer, respondo "Criança!". 

terça-feira, 27 de maio de 2014

"Talvez Voando!"

"Se Deus é maneta e fez o universo, este homem sem mão pode atar a vela e o arame que hão-de voar"

Foi com esta frase que hoje terminei a minha aula de Português e por mais estranho que vos possa parecer, pelo caminho até casa questionei-me sobre o seu verdadeiro significado. 
De acordo com a interpretação da obra "Memorial do Convento" de José Saramago, obra da qual retirei esta frase, servia como o aceitar do desafio, do Padre Bartolomeu a Baltasar, de o ajudar na construção da Passarola. 

Contudo, afinal porque é que a limitação física de Bartolomeu o havia de impedir de ajudar?
Todos nós temos limitações, umas maiores, outras mais pequenas. Porém, certamente vivemos para as conseguirmos ultrapassar e é por isso mesmo que somos desafiados a cada dia.
Será esse o grande sentido da vida ? 

De certo modo, a vida seria bem mais fácil e com menos alguma tristeza, se não houvesse pedras pelo caminhos, mas então que felicidade obterias? Não é do desafio constante, que a vida te dá, que prossegues a busca pela felicidade

Neste caso, a construção da passarola, uma máquina de voar graças às vontades de todos e de cada um, representa o desafio de Baltasar. E se ele não tinha uma mão, haveria de saber como lutar sem ela. 
Neste tempo em que (finalmente ou não) recebemos o mail com a senha para a candidatura à faculdade, pensamos naquilo que verdadeiramente
queremos. Não penses no que a tua família quer, ou naquilo para onde os teus amigos vão. Posso falar já com alguma experiência, que os verdadeiros amigos ficam, e muitos outros virão. 
Ir estudar para fora seria um sonho, sonho esse que por agora fica num frasquinho. Não tenciono não o abrir, apenas o guardo só para mim por mais uns tempos.
Fico na minha cidade, cidade das tradições e da saudade, daquilo que foi, daquilo que é, e daquilo que será. Irei aceitar os desafios, talvez como dirão alguns no "conforto da casa dos meus pais", mas o desafio não é só aquilo que encontras pelo caminho, mas também aquilo que procuras.

"José Pequeno esfregou o queixo, áspero da barba, e perguntou, Como é que um boieiro se faz Homem,e Manuel Milho respondeu, Não sei. Sete-Sóis atirou o calhau para a fogueira e disse, Talvez Voando."

A. Rita Flores

terça-feira, 20 de maio de 2014

Escolhas e Limites

É mesmo estranho como as perguntas que vamos fazendo mudam dia a dia. Passamos do "O que queres ser quando fores grande?" para o "Que curso gostarias de candidatar?". 
Certamente, que os pequenos grandes leitores assíduos do blog já sentem cansados por me "ver" escrever tanto sobre a faculdade, o curso, a cidade... as escolhas. Porém, se ainda não passaram por lá tenho a certeza de que também se irão questionar tanto ou mais que eu, mas se já passaram por essa fase ver-me-ão como uma contadora de sonhos desta geração.  

Dei por mim a questionar alguns amigos sobre as suas decisões, talvez pela minha característica natural do gosto pela interrogação, ou meramente para descontrair um pouco dos estudos para os exames finais. 
Numa dessas perguntas que fiz acabei por ter uma excelente conversa que realmente me fez pensar e me levou a escrever.  

Ir para uma cidade diferente, sair do conforto da nossa casa, mudar de rotina, manter os verdadeiros amigos e criar novos laços. Viver novas experiências, cometer algumas loucuras, amar e ser amada, estudar... isso tem o seu tempo e nada é relativo.

É bem verdade que o escutismo, a natação, o futebol, os grupos de jovens, a arte... as actividades que nos fazem crescer interiormente, não nos "põem o pão na mesa". Contudo, será que não são essas as grandes responsáveis pelo sorriso de partilhamos? Não serão elas que nos fazem pensar, seguir os nossos sonhos, ambicionar cada vez mais e tornar-mo-nos pessoas melhor? Não procuramos nós portas para abrir e através delas encontramos caminhos pronto a ser trilhados?  

O usar meia branca não tem de significar mantê-la limpa e branquinha até ao fim do dia, muito pelo contrário. Mais felizes são eles que se divertem a deixá-la bem suja num dia de chuva para mostrar aos "crescidos" que grandes, são os pequenos momentos. 
O usar meia azul não tem de significar esconder aquilo que menos gostamos em nós, muito pelo contrário. Mais felizes são aqueles que se divertem a usar cores no cimo delas para que a cada dia mostrem aos "crescidos" que grandes, torna-mo-nos quando aprendemos com os nossos erros.

Fazer escolhas é como resolver limites a matemática.  Não são os mais fáceis que nos desafiam, mas sim aqueles que resultam numa indeterminação.
Nem sempre gostamos, é verdade, mas temos um objectivo.  
Nem sempre temos certezas, mas queremos atingi-lo.  
Nem sempre conseguimos, mas sempre tentaremos.  

Obrigada Matemática...

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Afinal, de que vale...?

Sinceramente, não sei bem o que escrever. Faltam poucos dias para completar 18 anos, idade segundo a qual, no meu país, me torno oficialmente adulta.
Porém, nestes últimos dias questiono-me o que é isto de ser adulta. Desde sempre me dizem “ Já não és nenhuma criança!”, “Olha que já és uma mulherzinha, devias comportar-te como tal!”… E com todas estas frases qual será a grande mudança? Qual será a grande diferença dos 17 para os 18? Mais um ano? Mais liberdade e consequentemente, mais responsabilidade? A entrada na faculdade? O início da luta da independência financeira?

Ter nascido numa época em que, no meu país, a liberdade é um direito adquiro deu-me uma perspectiva diferente sobre as coisas, nunca tive de lutar por um lugar na escola ou por uma boneca de brincar. Certamente, nada me foi dado de mão beijada, porém as lutas são diferentes e o verdadeiro sentimento de falta, esse nunca o senti. Sou uma orgulhosa neta de Abril, sempre honrarei e continuarei as lutas iniciadas por aqueles que me quiseram oferecer um futuro melhor! Afinal, de que vale uma revolução se não sabemos dar-lhe continuidade, ou se não soubermos aproveitar e investir na melhoria da qualidade de vida de um país?

Graças a todas a mulheres lutadoras posso agora exercer o meu direito de voto e ser uma cidadã activa na vida política do meu país. Afinal, de que vale as lutas contínuas pelos nossos desejos de igualdade se de seguida não sabemos tratá-los por igual?

Pelo esforço dos meus pais, tive (e tenho) direito e o privilégio de receber uma educação, a liberdade de escolha do curso e da cidade onde pretendo prosseguir estudos. Afinal, de que vale o esforço se trabalhas diariamente para obter uma recompensa?

São poucos os que sabem aquilo que querem ser, e eu sou uma delas, porém independentemente do curso que escolher certamente honrarei tudo aquilo que aprendi e lutarei por dar a todas as gerações futuros, um futuro melhor, com mais sorrisos e cheio de felicidade. Afinal, de que vale a felicidade se não a partilhamos?

quinta-feira, 20 de março de 2014

Queria dar-te uma prenda...

Olá Pai,
Desculpa não ter escrito nada no teu dia, mas o teste de português não me quis deixar e apenas te pude dar o que te dou todos os dias: o meu amor por ti. 

Ontem estive a pensar e talvez o dia do pai não seja assim tão especial, afinal, presentes ou já ausentes fisicamente, estão connosco todos os dias. 
Fui procurar algo para te dar uma vez que por vezes me esqueço o quanto fazes por mim. Se estudo música e se entrei naquilo que agora e sempre foi a minha grande paixão, o escutismo, foi por tua causa. Nunca esqueço de quem limpa a minha mochila quando chego cansada de uma actividade ou de quem veio do Algarve até Coimbra só para tentar estudar música! 

Não nego que por vezes nos chateemos ou que não me tenhas puxado as orelha, mas afinal qual é o papel de um pai? ser amigo? Levar-nos a todo o lado quando queremos sair ? Também! Mas mais fundamental que tudo isso é educar, educar para a vida. 
Recordo-me de muitas histórias que me contavas, algumas totalmente verdadeiras outras com uns pontos acrescentados. Contudo, foi assim que cresci e que deixei de roer as unhas. 

Tens uma profissão que não te permite estar todos os dias connosco, porém não me recordo de um único dia que não pense em ti, como estás e o quanto gostava de estar contigo. Podes não saber o meu horário de cor, questionar-me todos os dias se tenho testes na escola ou de todos os dias dizeres para por os chinelos no sítio certo. Para mim , és o melhor pai do mundo, muito te devo e muito te quero dar. 

Todos temos um pai, afinal foi graças a ele que aqui estamos, porém nem sempre está presente, por uma razão ou outra já partiu. Todavia, tenho a certeza absoluta que algures por aí no vosso dia a dia ele está a olhar por vós. A deixar-vos cair, mas a dar-vos a mão quando têm de se levantar.

Posso não ser a melhor escritora, a melhor aluna, ou a melhor cantora, contudo sabes que sou a melhor sonhadora e que enquanto o fizer estarás sempre comigo. 

Obrigada por tudo!!
Feliz dia, Pai 

PS: será que posso sair na sexta feira ? gosto muito de ti, beijinhos 

domingo, 16 de março de 2014

"Luta pelo teu Ideal!"

A ideia de que o que fazemos hoje tem influência no que faremos amanhã seria a frase com que descreveria o meu fim de semana, o poder de ser testemunho, o PODER e o CONSEGUIR mudar!

Cada um de nós tem as suas fragilidades, porém também tem as suas forças: alguns têm a coragem, outras a determinação e os verdadeiros, sim os verdadeiros cavaleiros, têm a coragem e a determinação: são destemidos. 

Ser cavaleiro é um dos meus grandes objectivos, lutar pelo meu ideal e conseguir com que este seja não só para mim, mas também para os outros (PARTILHA). 

Talvez sejam precisos muitos treinos para que alguém confie no cavaleiro, lhe entregue a sua espada e a honra de defender todo o seu reino.

Porém, devemos esperar sentados na sombra de uma árvore? Devemos esperar pelos tais "treinos" estipulados num horário para que não interfira com aulas, com os momentos com a família ou no café com os amigos? 

DESAFIA-TE A TI MESMO!! 
Cresce, aprende, sonha, cria, esboça, cai, recria, volta a cair, volta a sonhar... 
Faz de ti o cavaleiro que tem um rumo a seguir, "Luta pelo teu Ideal"

segunda-feira, 3 de março de 2014

"Mudar, renovar e ser exemplo"

Cheguei ontem de mais um fim de semana de escuteiros, uma actividade que apesar de contrária com a metrologia tinha como temática o Brasil. Não será de todo um tema ao acaso uma vez que nos encontramos numa época festiva que é o Carnaval
Foi de todo uma das actividades em que mais de testei: testei os limites de impermeabilidade da mochila, do casaco, dos sacos de plástico, e ultrapassei alguns dos meus medos. 

Queria descrever muitos dos locais por onde passei, ou pelo menos registar muitos deles, contudo preferi vivê-los ali no momento, para que se lá voltar consiga ver aquilo que não vi... descobrir sempre algo novo, algo que me surpreenda. 
Talvez, poucos conheçam aquele local, uma aldeia perdida no meio dos montes, onde aquilo a que nós estamos habituados: as redes de comunicação, lá não existem. 

Queria recordar cada trilho que fiz, cada pegada que dei, até a maior das molhas que apanhei. 
Queria poder escrever mas não consigo recriar muitos dos momentos. Houve alturas em que temi, muito, porém confiei. Confiei em que me guiava e com quem ia, sei que os acidentes acontecem mas a precaução e o sentimento de alerta também.

O querer partilhar demonstra muitas vezes aquilo que sentimos e num texto que não meu, mas de alguém que desde sempre me inspirou, diria que "é importante não apenas o que se vive, mas também o que daí se partilha". 
Ter ido a DRAVE provocou em mim uma mudança: o querer ser o mais, o querer ser exemplo, o querer ser realmente verdadeiro, o querer tirar a máscara... Há objectivos que tenho e que todos temos: o de alcançar a FELICIDADE.

Quando conhecem a nossas máscara, aquilo que muitas dez vezes nos faz parecer felizes, seguros e confortáveis, torna-se difícil esconder-mo-nos atrás delas, mas de certa forma faz-nos mais fortes. 
A verdadeira felicidade só é alcançada quando pomos de lado as nossas máscaras e damos o nosso melhor, a verdadeira felicidade só é alcançada quando partilhamos o que nos faz ou fez feliz, a verdadeira felicidade.

A verdadeira felicidade de alcançar os sonhos, sonhos esses que só são alcançados com trabalho, com olhar o mundo com olhos de ver, ver o que faz falta e o que precisa de ser mudado. 
Deste modo "ser a mudança que queremos ver no mundo". 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ser Finalista

Parece estranho imaginar que falta cada vez menos tempo para que se dê por concluído um grande ciclo: o secundário. Termina também agora a fase à qual ainda chamamos de escolaridade obrigatória, não é que para mim isso fosse mudar o ir ou não para faculdade, porém a primária foi há anos atrás, o básico parece que foi ontem e hoje?

Hoje estou no 12º ano e já só penso se vou entrar no curso, se tenho média, que vestido vou levar ao baile, com que vou ao baile, e a viagem de finalistas? Não quero terminar esta fase sem ir a um festival de música ou sem fazer voluntariado no verão... Muitas são as preocupações que me surgem no dia a dia , umas mais importantes que outras de certo, contudo todas elas acabam por fazer parte de mim. 

Todos queremos alcançar algo, algo que para nós será o mais importante, ou pelo menos o que mais desejamos. Quero chegar ao fim e sair de mochila cheia. Cheia de conversas, de amigos novos, de listas para a associação de estudantes, de testes (uns bons e outros maus), de fotos, de risos, de lágrimas, de canções, de livros, de cultura e sobretudo, cheia de memórias, memórias estas que se um dia precisar possa vir e recordar com o maior dos sorrisos no rosto.

Não foi há muito tempo que li um texto de alguém que agora está na faculdade, alguém por quem sempre tive e tenho uma certa admiração. Não estava lá em todos os momentos, mas foi algo que me comoveu principalmente porque este ano será a minha, será a nossa vez.

Tenho muitos amigos que não da minha idade, uns já partiram, outras partirão depois de mim, todavia, não irei esquecer nenhum deles. 
Quero viver cada momento do presente a seu tempo, sem pressas, nem vontade de correr para ir buscar algo que é incerto. 
Quero crescer naquela que é a minha segunda casa: a minha escola.
Quero aproveitar cada segundo de diversão, cada risada, cada lágrima, cada queda e cada mensagem. 
Quero encontrar-me. 
Quero definir quem sou ou quem serei. 
Quero sair de mochila cheia, mas de "bolsos abertos para na vida encher de sonhos, esperanças e como isso aprender".
Quero ser finalista...

A. Rita Flores 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Indiferença

Foi já há alguns dias atrás que assisti a uma palestra sobre Associativismo.
Nesta mesma palestra estavam presentes: representantes de diversos projetos, duas Associações de Estudantes de escolas secundárias de Coimbra, bem como uma Associação de Estudantes universitária.
Ambas as AE de escolas secundárias estavam muito bem representadas pelos respectivos presidentes, contudo aquilo que mais me indignou foi o discurso do presidente de uma associação de estudantes universitária.

No seu discurso falou da nossa falta de interesse, na maneira como desprezamos todas as mudanças que são feitas no ensino superior, sendo elas consideradas vantajosas ou prejudiciais para o mesmo, no modo como apenas damos importância a tudo o que é jogos de computador e redes sociais, e de um modo geral na INDIFERENÇA que os alunos de secundário têm para com a universidade. 
Porém, vocês questionam-se neste momento como eu me questionei, o que terão os alunos de secundário haver com os alunos universitários? E eu respondo: Têm tudo haver, são os futuros alunos da universidade! Todavia, como a própria palavra indica que somos os FUTUROS alunos e deste mesmo modo, estamos preocupados com a qualidade do ensino superior.

Contudo, temos o dever e o direito de aproveitar o momento presente, de tentar mudar aquilo que achamos não estar tão bem no ensino secundário, para que os futuros alunos venham a usufruir destas mesmas mudanças.
Queremos mudar o que está mal no ensino que frequentamos agora, queremos que os alunos do ensino superior lutem por eles, e por nós. 
Somos uma geração preocupada com o nosso futuro; queremos poder retribuir tudo aquilo que nos foi dado pelos nossos pais, afinal sempre nos deram mais do que alguma vez tiveram.
Quando nos caracterizam como jovens indiferentes devem relembrar-se que é dessa "indiferença" que surge a necessidade e o espírito de MUDANÇA

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Quotidiano

Escrever sempre foi algo que fez parte de mim: fossem as minhas primeiras páginas de diário; as cartas ao pai natal; os bilhetes deixados em cima da mesinha de cabeceira da minha mãe quando lhe queria pedir desculpa, mas não tinha coragem; até aos pequenos grandes textos que agora escrevo para o meu blog. 

"Quotidiano" porque para mim escrever é uma necessidade diária e é muitas vezes através desta que encontro inspiração para novos projectos, alegria para algo que correu menos bem, ou um breve intervalo nas horas afim que passamos a estudar. 
Nem todos temos de ter o dom para a escrita, uns desenham, outros cantam, uns aplicam-se na área da saúde, das engenharias ou quem sabe da arqueologia. Cada um tem o seu talento e é nesse talento que devemos investir, devendo sempre tentar fazer do nosso quotidiano um dia a dia mais feliz, para nós e para os outros. 
Para mim é a escrita, e para ti? 

Foi segundo este ideal que numa passada terça feira me foi apresentado, na escola, o projecto TRANFORMERS.
Neste projecto o principal objectivo é através dos nossos talentos, das nossas capacidades intervir de modo positivo nas nossas comunidades, fazer a diferença! 
Na prática, este projecto dá-nos a oportunidade de durante nove meses aprender um actividade à nossa escolha, através do voluntariado de mentores que nos vão ensinar um pouco mais sobre a mesma. 
Passados esses nove meses, cada um de nós é desafiado a utilizar, da forma mais criativa e solidária, aquilo que aprendeu, junto da sua comunidade, fazendo deste modo, e recorrendo a palavras do próprio projecto, um "payback" de tudo aquilo que nos deram a nós. 
Sendo assim, porque também tu não te tornas um transformer? Encontra a tua arte!

A.Rita Flores