sexta-feira, 6 de março de 2015

Entre o antigo o novo...

Tenho saudades… Recordo-me de ti, da primeira vez que te ouvi e que me encheste o coração. Tenho saudades quando eram horas aquelas que passávamos juntas, sem o olhar atento ao ponto dos minutos, para ver quanto teriam já passado.

Tenho saudades de quando eras tu que preenchias as minhas tardes e noites, mesmo quando nada parecia funcionar corretamente, muito menos existir melodia.

Tenho saudades de quando eras a razão do meu sorriso, um motivo de força maior que me obrigava a sorrir mesmo quando o dia não parecia correr tão. Algo que me fez querer ter-te na minha companhia, acordar, ver-te e sentir-te.

Tenho saudades de quando eras a razão do meu choro, a razão das lágrimas, que sem eu dar por isso desciam pela minha face e deixam marcas no papel, nas partituras que tanto ainda tinham por decifrar.

Tenho saudades de quando eras a minha desculpa para vir para casa mais cedo, ou de quando eras o meu motivo para querer ter aulas até bem à noitinha.

Tenho saudades de quando eras a força de um grupo, a principal razão de combatermos o frio, o escuro e contemplarmos o luar. De quando era contigo que me ensinavam a olhar para as estrelas e ver que histórias teriam elas para me contar.

Tenho saudades, mas ainda bem que tenho, significa, acima de tudo, que fui muito feliz quando estive contigo. Continuas no meu quarto, bem junto ao meu pequeno sofá, onde depois de jantar faço questão de me sentar e sentir as tuas cordas nos meus dedos. Dedos que agora têm outras marcas, outras feridas, causadas por motivos que também um dia, certamente, me farão sentir saudade, mas desse um dia, talvez muito em breve, escreverei.

O viver a teu lado não tem nenhum estilo, género ou partitura, o partilhar contigo os momentos em que percorro os diferentes caminhos que escolho caminhar, isso sim faz-me querer ter-te sempre na minha companhia.
Sinto saudade, mas cresci muito quando te deixei.