sexta-feira, 3 de outubro de 2014

E tudo começou um dia

Sentei-me no sofá do meu quarto antes de ir dormir. Amanhã era o grande dia, o dia das matrículas, o dia em que passaria a ser oficialmente estudante da universidade. Passou tudo tão rápido, ainda ontem era o início do verão e chorávamos por ver terminar os três curtos anos como alunos do secundário. 
Passou tudo tão rápido que nem sempre percebemos se vivemos o máximo, se demos o máximo ou se podíamos ter dado a ainda mais. Se não demos, será que ainda vamos a tempo? O tempo? Não passam de números seguidos, de um ciclo que se repete. O modo como aproveitamos o tempo? Depende de cada um de nós e da maneira como o queremos desafiar. Desafia o tempo e mostra-lhe como és um verdadeiro cavaleiro das horas e dos minutos aproveitados!

As mudanças surgem: crescemos; começamos a gostar de por batom antes de sair de casa; temos mais cuidado com a linha; olhamos o mundo em nosso redor com outros olhos e começamos a aperceber-mo-nos daquilo que realmente nos rodeia, um vizinho, um amigo, um sorriso de um desconhecido ou a lágrima de uma mãe. 

Cruzamos os olhos nas fotografias antigas e pensamos muitas vezes "Como é que alguma vez fui capaz de cortar assim o cabelo?". Bem, se o fizemos foi por acharmos que nos iria ficar e, em verdade, aos olhos dos nosso pais ficamos bem de qualquer maneira, seremos eternamente os meninos dos olhos deles. Cruzamos os olhos e pensamos o quanto fomos felizes, o quanto os nossos pais e os nossos amigos fizeram de nós pessoas felizes e com vontade de ser assim todos os dias.

Hoje sentada no meu sofá, que não poderia deixar de ser cor de rosa, e de olhos postos na minha caixa de recordações, penso na opção que tomei, no curso que escolhi e nos momentos futuros que irei viver. Penso na minha primeira praxe, na minha primeira latada, na minha primeira serenata, na minha futura madrinha, na primeira vez que vou vestir capa e batina, na primeira vez que vou subir a palco... penso em tanta coisa! E são tantas as questões que surgem e para as quais (ainda) não tenho resposta. Prefiro não procurar a resposta, prefiro esforçar-me e trabalhar para que essa resposta se torne parte do grande desafio que será a vida académica.

É tempo de ir descansar, amanhã, certamente, a fila será grande, mas lá no fundo não me importo muito de esperar. Esperei tanto tempo por este momento, pelo dia em que também eu seria parte da tradição, que lentamente darei os primeiros passos para a sua vivência.
Até amanhã, caloira...

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