terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quotidiano pelo mundo #3 - Pelo sonho é que fui

O verão já lá vai longe (parece-nos), porém só este domingo dei por terminada a grande aventura que foi o Explorer Belt. Uma atividade vivida em autonomia, durante 10 dias onde percorremos cerca de 160 km por terras Eslovacas. Recebemos o "cinto".

Muito poderia escrever sobre o seu conceito e modelo, todavia os interessados, certamente, um dia questionarão ou já o questionaram, afinal, há histórias que merecem ser ouvidas e não lidas.
Foram 10 dias em que aprendi a (con)viver com a saudade e com a distância.
Chegada de um outro projeto de verão o tempo de descanso, tanto físico como psicológico foi inexistente. Não houve tempo para curar o joelho magoado, deixar a roupa lavada e arrumada, ou comer mais um prato de sopa quente. Porém houve tempo para deixar mais um postal, para deixar mais uma mensagem de saudade, um abraço e um beijo que queriam tanto ficar por dar, mas que foram entregues na (tua) caixa de correio na cidade de Coimbra.
Partir não foi de todo fácil, mas tornou a volta no momento mais desejado e mais reconfortante.
Foram 10 dias em que aprendi o que realmente é essencial carregar na mochila, o número de km de terei de andar para que a dor se torne suportável ou as lágrimas que têm de cair para que se aguente mais um pouco aquele sentimento de falta.
Uma atividade em que aprendi muito sobre mim mesma, sobre as minhas capacidades, resistências, medos e forças. Costumava dizer que não partia em busca de quebrar limites ou barreiras, queria apenas vivê-la segundo um determinado nível de conforto, no seguimento de um desafio, mas não do risco. Acreditem quando vos digo que foi completamente o contrário. Calma! Nunca passei fome, nunca deixei de me sentir bem comigo mesmo ou confortável com o meu próprio corpo e mente.
Senti-me forte!
Senti-me corajosa!
Senti-me mulher! Dona de si mesma.
Muitas foram as histórias que fui contando ao vento e ao meu c(a)minheiro de caminho, afinal a "felicidade só é verdadeira quando partilhada". Não se caminha sozinha, neste modelo de atividade, antes pelo contrário, todos os rosto com que fui cruzando caminho e que o tornam mais agradável fizeram de todo este projeto num crescimento ainda maior.
O ver lá fora o que é de cá de dentro!
(Tal como escrevi no meu relatório individual)
Por vezes precisamos que alguém nos relembre que temos uma candidatura para entregar ou o projeto não se concretiza. (A tua família)
Por vezes precisamos que alguém nos desafie a viver um verão inquieto e longe daquele que dizemos amar (e que ganhamos certezas). (A tua "alma inquieta")
Por vezes precisamos de caminhar com alguém ao nosso lado e culpá-lo das más decisões que tomamos em equipa, porque é sempre tudo mais fácil quando conversado. (O teu companheiro de equipa)
Por vezes, precisamos de sentir a fé dos outros para acreditar que sentimos nossa e que com ela ganhamos forças para continuar. (A tua força)
Por vezes, precisamos de fazer tudo isto para sentirmos que estamos realmente a caminhar em direção ao Homem Novo. (O teu sonho)

No mês de Dezembro de 2014, época em que tornei o Explorer Belt no meu desafio seguinte, citava João Garcia - "todos nós temos um Everest que queremos alcançar" - por isso, a pergunta que faço a mim mesma é "qual será o próximo a ser alcançado?"







                                   














sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Coimbra a cidade...

Muitas são as letras das músicas sobre a hora da partida, sobre o momento da despedida, em que "se aprende a dizer saudade".
Mas então e o momento da chegada? O momento daqueles que regressam?
Coimbra, talvez se esteja a tornar, cada vez mais, numa cidade de passagem. Numa cidade em que chegam todos os anos novos estudantes desejosos de conhecer a beleza da cidade, o encanto do rio e o esplendor dos laços de amizade e amor que por aqui se criam.
Todavia, muitos são, também, aqueles que sempre aqui moraram. Muitos são aqueles que agora conhecem, com um outro olhar, a cidade onde sempre cresceram e continuam a crescer.
O desejo de viver tudo isto é o mesmo (ou se calhar um bocadinho maior), pois vêm sempre no horizonte o tão desejado "começo", até que um dia chegue a sua vez.
Quando chega a sexta-feira muitos são os autocarros que enchem. Desde malas, a sacos de viagem; de lancheiras, a grandes sacos térmicos, onde o reino do tupperware agradece à mamã, que refeições salvou do cansado e da preguiça.
Sobre isso (ainda) não sei como escrever, visto ter o privilégio de viver na casa onde sempre vivi, ao lado daqueles que tanto trabalham para me poder proporcionar toda esta jornada e, acima de tudo, me amam.
Contudo, há algo que começo a escrever sobre... Coimbra a cidade das chegadas.
Aquele momento em que se enchem os autocarros, mas de quem está de regresso, de quem vem passar o fim de semana à sua cidade, que acolhe agora outros estudantes.
Agora, também eu, espero por essa chegada, por esse retornar a casa. Afinal o melhor de sair é saber que "há sempre alguém que espera por nós".
Coimbra tornou-se na cidade de quem sai, mas principalmente de quem regressa. Porque no coração de quem aqui vivi (e sempre esta será a sua casa) reside o verdadeiro valor da saudade, o verdadeiro "Mondego a correr nas nossas veias", o sonho, a graça, o beijinho que ficou por dar e que aquele que aqui espera para ser entregue.
Quem por aqui passa aprende a esperar, aprende a sentir saudade e a dizer, que esta, traz tantas certezas, como vontades de acreditar naquilo que o futuro (nos) reserva.

"Dá-me tempo de acertar nossas distâncias"

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Minuto

Quem te encontrou?
Rugava pragas aos deuses se pudesse!
Faria-o sem vergonha e com vontade,
Faria-o na minha inquietude.

Trazias tanta coisas:
Aquelas frases bonitas e aquelas gracinhas sem jeitinho.
Dizias tanta coisa e eu?
Eu só me ria (e rio)
Como aquele que corre,
por culpa de tu passares na tua inquietude.

Quem te encontrou?
Sim, tu minuto!
Fazia de ti uma hora se pudesse.
Cruzava versos para que te não conseguisse ler.
Para quê?
Para ter mais tempo
Para ser capaz de te saber viver.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sí(n) Medo

O grande defeito do medo? A força com que ele nos prende!
A força que ele tem para nos prender a momentos, de lágrimas ou de sorrisos, a pessoas, a locais.
A força que ele tem para nos prender a alguém e aquilo que esse alguém nos dá e nós queremos tanto retribuir.

A grande qualidade do medo? A força com que ele nos prende!
A força que ele tem para nos dar garantias, para nos ensinar com os erros, com as vitórias e com as derrotas.
A força que ele tem para nos dar aquela vontade de sentir esse medo todos os dias, de sentir que tudo isso vale a pena e que continuará a valer.

O grande defeito do medo? É ser isso mesmo, medo.
Não sei se é um sentimento ou uma emoção, se um estado de espírito ou um modo de estar.
Não é possível definir a sua quantidade, a sua direção ou sentido. Não é possível sequer prever a sua chegada ou preparar a mesma.

A grande qualidade do medo? É ser isso mesmo, medo.
Se não existisse medo qualquer um de nós cometia loucuras sem pensar duas vezes, sem prever o seu risco ou a sua consequência. Sim, é verdade, somos jovens, mas o medo não tem idade.
Se não existisse medo não existia pensamento, dúvida, vontade, paixão ou fé.

Se o medo existe, se tem qualidades e defeitos, se tem forças e fraquezas que o medo sirva de inspiração e de certeza e que assim continue pelos dias fora.




sábado, 12 de setembro de 2015

Quotidiano pelo mundo #2 - Bon Camiño

Porque felizmente as férias de verão ainda duram quase 3 meses as aventuras continuaram.
Desta vez, um texto mais pessoal, porque, certamente quem me conhece bem já entendeu, escrevo sobre o escutismo.
O plano de atividades deste ano não parecia muito preenchido, porém o melhor desta grande associação de jovens é o facto de não termos de nos cingir ao nosso grupo, ou ficar pela nossa localidade. Podemos ir a atividades de carácter regional, nacional, ou até, internacional (mas essa deixo para o número 3).
Participante do Rover Ibérico, uma atividade que não se realizava há 50 anos, começou a sua execução logo no início do ano. Fomos convidados a pensar num projeto que de algum modo se tratasse de um contributo para o grupo, para a  paróquia ou para a comunidade na qual estamos inseridos.
De seguida, fomos sujeitos a inúmeras votações e escolhas, mas para histórias aborrecidas basta ver o noticiário do almoço e de seguida o do jantar para ver as mesmas notícias vezes sem conta.
A minha escolha? baseada no acaso! O papel que saiu foi "Santiago" e nem eu sabia a metade o caminho que me esperava.

Desejosa em começar e reticente pela quantidade de km a fazer num reduzido número de dias fui surpreendida por um grupo de rapazes e raparigas que pareciam todos escolhidos a dedo. O companheirismo, a persistência, a alegria e a partilha estiveram sempre tão presentes que será inaceitável, que os laços criados não nos levem (juntos) a outros caminhos.
Quem conhece os caminhos reconhece bem o sentimento de perder todas as dores ou pensamentos assim que se vê perante a catedral. Melhor do que o luar, a espreitar a beleza do concluir de um caminho, foi ter como banda sonora a tuna de Santiago. Tinha chegado a casa - pensava eu - tinha o caminho feito.

Para todos os que desejam fazer o caminho: Façam!
Não receiem as bolhas, o calor ou a chuva. Sozinhos ou acompanhados há sempre tanta gente com quem se vão cruzando. Há sempre o sorriso e o cumprimento de um peregrino; uma concha, uma sete que vos mostra o caminho, e mais um passo que precisa de ser dado.
O desafio "El Gran Reto" do Rover Ibérico apenas me deu a oportunidade de levar 2 dias a fazê-lo. Parece impossível e parece pouco tempo para conseguir absorver tanto, mas acreditem foi o essencial. Foi o necessário para que deseje voltar, para que muitas das preocupações e questões que tinha encontrassem respostas e outras perguntas.

Tal como disse aos meus grandes companheiros "Se algum dia te perguntarem em quantos dias se faz o caminho até Santiago, apenas lhe responde: Faz".
A coragem e a força de vontade vem de dentro, vem de cada um. Todavia, o sorriso e as lágrimas, que vão surgindo tão naturalmente quando o conquistas, são de todos aqueles que por ti cruzaram e te desejaram "Bon caminõ". Ele simplesmente começou agora!


La Familia


Sereias por Santiago

O segundo melhor desafio do Rover Ibérico






quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Quotidiano pelo mundo #1

Finalmente uma pausa! Um regresso fixo a casa e à minha tão agradável cama. Um mês inteiro a dormir num carrimate, esteira ou colchonete (depende da zona) nunca tinha desejado tanto encontrar o meu pijama e os meus lençois postos de lavado.

A primeira aventura: Espanha.
Se estás cansado do mesmo parque de campismo anos e anos sem conta, se até já conheces o Sr. António, que vende o pão alentejano, acabadinho de sair do forno, mal acordas com o choro de um bebé ou o riso de mais um grupo de amigos que acabou de se deitar, tenta Espanha.
Os preços não são muito diferentes dos nossos. Claro que apontei sempre como um dos pontos mais negativos a dificuldade em ter acesso gratuito à internet. Sim, ao que parece pelos parque onde andei a palvra Free e a palavra Wi-Fi não tinham uma relação de simbiose. Contudo, as praias, sobretudo a água, compensa todo aquele desligar das redes sociais.
Outro dos aspectos que mais se faziam notar era a quantidade de nudistas nas praias. Qualquer que fosse a idade, o sexo ou o companheiro todos estavam como tinham chegado ao mundo, porém numa das viagens de comboio que fizemos concluímos que quanto mais perto de Barcelona nos encontramos maior é a diversidade de bikinis (e calções de banho) possível de se ver. Bem melhor para aqueles que procuram ver as tendências da moda deste verão.

Uma das paragens obrigatórias se pretendes fazer férias pela zona da Catalunha: Montserrat
A uma hora e pouco de distância de Barcelona localiza-se o santuário de Montserrat, entre montanhas e com uma paisagem inacreditável.
Conta a história que um dia encontraram uma representação da Virgem Negra, todavia o peso era tanto que acabou por se tornar mais fácil levar o mosteiro até ao topo do que descer com a estátua toda a montanha. Hoje em dia é possível subir com o carro próprio, pagando estacionamento, ir a pé ou aproveitar o teleférico, que nos proporciona uma visão global da beleza natural do local. Funciona, ainda, no seu interior uma escola de música para meninos até aos 14 anos, das mais antigas da Europa, de onde todos os dias, excepto no mês em que lá fui, os rapazes saem à rua para poder partilhar com os crentes e não crentes as suas habilidades e aprendizagens musicais.

Prosseguindo a jornada por Espanha, em que o Portuñol ia tomando conta das conversas de carro e das paragens a meio para mais uma bolachinha ou um esticar de pernas chegámos a Barcelona. Viemos de Comboio e depois de tantos dias apenas com areia, mar e sombras do parque de campismo, chegamos à Praça de Catalunya, mesmo no centro da cidade. O que sempre fazemos nestas grandes cidades é comprar um bilhete de um dos autocarro turísticos que circulam por toda a cidade e nos vão contando um pouco da sua história e relevando alguns dos seus segredos. É para mim uma grande vantagem aproveitar este sistema quando pouco é o tempo que se tem em cada local e o máximo queremos retirar da mesma. Ah além do conjunto de descontos que nos oferecem e da coleção de auscultadores que podes ir fazendo.
Uma cidade extensa e com bastante movimento, conquista-nos pela simpatia dos que vão passando por nós, pela agitação da tão famosa rua La Rambla, onde beber um sumo de fruta natural ou comer uma salada de frutas não pode faltar na check list de um turista. A quantidade de floristas que há na mesma avenida, os jornais e as revistas que se vão misturando com a enorme quantidade de recuerdos que nos vão despertando, mais do que o olhar, o coração, daqueles que estão mais longe. Desde a zona marítima, que se estende pelos 5km de praias, subindo até à zona mais pedonal da cidade onde entre ruas e ruelas vamos sentindo o "cheiro" de uma guitarra. Chegamos à famosa Casa Bastlló Fundació Antoni Tàpies. Começa a dar nas vistas a arquitectura desta cidade. Passamos pela La Pedrera, obra de Gaudí considerada Património Mundial pela UNESCO, percorremos com o olhar todas as suas curvas, que nos relembram as ondas do nosso mar, e as suas varandas, que mais não parecem do que algas, como aquelas que o nosso mar salgado vai trazendo em cada onda.
A Sagrada Família já se vê ao passarmos pela Avenida Diagonal, que como a própria o indica, atravessa toda a cidade na Diagonal. As suas torres são enormes e a quantidade de símbolos que apresenta torna a sua leitura e observação num processo demorado e complexo. Porém tal como disse o próprio arquitecto a um dos demais, que questionava o terminar da sua obra, "o meu cliente tem tempo" tal como nós devemos dar tempo para tentar ler e interpretar tamanha construção.
O Parque Guell e o seu mosaico desorganizado, técnica do Modernismo, conquista-nos com as suas cores e com a sua liberdade de pensamento. Muitos são aqueles que o visitam, mas poucos são os que certamente entendem a sua conjuntura. Muitos são os que nos seus bancos se sentem e pensam, enchem-se de fotografias e sorrisos, trocam beijinhos e abraços e vêm, apenas isso, vêm a cidade. Entre as duas torres da saída do parque não cabe Barcelona, muito menos o sorriso que a cidade em ti desperta.
A viagem continua e os segredos são revelados, a história continua a ser contada e as paragens em que podes sair tornam-se espelho da viagem que tu próprio idealizaste.
Os jovens rapazes deliciam-se quando vêm o tamanho do Estádio do Barcelona, a quantidade de pessoas que o futebol consegue atrair é questionável, mas, certamente, mais interessante seria o próprio relvado do que a estrutura cinzenta que o envolve. Quem sabe um dia compreenda toda este fascínio por uma bola de futebol.
Uma cidade em que facilmente nos perdemos pela sua naturalidade e facilmente nos encontramos pela sua organização.
Desde os edifícios e as diferentes arquitecturas à variedade de sabores e dos cheiros de todos os produtos que o mercados no oferece.
Desde as histórias que remontam à época dos descobrimentos, ao modernos mosaicos que vão cobrindo os parques e as estátuas que deixam em dúvida qualquer olhar.
Desde a sensação de que podíamos viver ali, à dificuldade em conseguir ter tempo para ler tanto coisa em tão pouco tempo. Barcelona foi uma cidade que me fez querer voltar ainda estava eu a terminar o percurso do autocarro.
Barcelona é daquelas cidades clichés de todos os turistas e de todos os jovens sonhadores, porém, é uma cidade que não desilude, que não se mostra se tu não a quiseres ler e sentir. É daquelas cidades que só conhecendo sentes a saudade de voltar a casa, porque o bom de viajar é sempre regressar ao nosso país, à nossa cidade e querer voltar porque houve tanto que ainda ficou por contar.






Montserrat

Paque Guell


Costa Brava
Sagrada Família 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Tic-Tac

O tempo passa e tudo o que fica são memórias. Memórias dos dias que pareciam não ter fim, onde as horas representavam mais do que a eternidade do momento ou a pressa de voltar a casa.
Perdidos no tempo não dávamos conta, nunca demos, e sempre o louvá-mos de não saber onde estão os ponteiros do relógio. Porquê contar os dias que faltam, quando esses dias não são dias. Quando essas horas não são mais que lágrimas que te vão escorrendo no rosto.
Os teus olhos nos meus, cruzam o sabor salgado do oceano com a doçura da avelã, mas esse sabor de gelado só nós o conhecemos, só nós o provámos.

Deixa que o tempo passe, de que vale guardá-lo? De que vale deixá-lo preso a ti? Traz-te mais felicidade, mais momentos eternos? Ou serão esses dias, a escorregar-te pelos dedos das mãos, que te trarão a eternidade?
Trazes contigo os livros da escola e eu comigo um caderno de rascunhos, quem me dera saber desenhar, mas tudo o que sei esboço com palavras, com linhas e traços. Nada me pareço bem, nada me parece concreto. Tudo parece vazio e tudo parece silencioso.
Deixa que o tempo passe, talvez ele te traga fotografias ou folhas de jornal onde, também tu, um dia, vais escrever. Esse jornais que agora não passam de cultura e de interesse, talvez um dia tragam o teu nome desenhado, com os traços e as linhas que só tu sabes aplicar.
Deixa que o tempo passe, mas não o deixes correr. Não deixes que ele te faça tropeçar nas barreiras ou te engane na partida para os 200 metros de velocidade.
Deixa que o tempo passe e te suspire ao ouvi, as tuas, as vossas histórias. Só ele sabe quando, só ele sabe como e não te diz para que não queiras correr tu à frente dele, para que não sejas tu a ser desqualificado da prova por falsa partida.
Deixa que o tempo passe, um dia vais agradecer-lhe.

Rita Flores

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Será mesmo este o preço a pagar?

Hoje sinto-me revoltada e porquê? Muito simples. Não, não é por estar a perder os ricos dias de sol sem poder estar numa praia ou numa piscina. Hoje estou revoltada porque pleno século XXI parece, que a mulher, ainda não pode andar na rua.
É verdade que todas as mulheres gostam de receber um elogio ou um sorriso mais atento de alguém, mais ainda se for de alguém do sexo oposto. Contudo, não é de todo agradável ouvir piropos desadequados ou mal intencionados.

Muito sinceramente eu não quero saber se estás solteiro ou comprometido, se tens interesses mais físicos ou menos físicos em mim.
Muito sinceramente não preciso que me digas se tenho umas pernocas jeitosas ou um rabinho interessante.
Muito sinceramente, quando fazes esse tipo de comentários não revelas mais do que infantilidade perante o grupo de amigos que vai contigo no carro, não revelas mais do que um desinteresse pela mulher na verdadeira acepção da palavras. Muito sinceramente, essas coisas, dizem-se no silêncio, ao ouvido dela, como se de um suspiro de amor se tratasse.

Falamos tão abertamente nas redes sociais, falamos tão incessantemente do direito à liberdade de expressão e do quanto nos sentimos impugnados quando alguém condiciona o exercício da mesma. Então e o direito ao respeito? Os direitos da mulher?
Lutou-se pela liberdade e a todas agradeço por isso, mas não basta termos direitos no papel se não há quem os cumpra. Tudo bem que muitas vezes exigimos ser tratadas como igual quando por igual não tratamos os homens, mas calma isso seria pano para mangas.

Meus caros senhores, a mulher, tal como o homem, é um ser humano que tem qualidades e defeitos. A mulher, tal como o homem, tem dias em que acorda com o cabelo quase vindo do cabeleireiro e outros que parece não ter sequer uma escova de cabelo em casa.
A mulher, tal como o homem, tem direitos e deveres aos quais deve o seu maior respeito e cumprimento.
A mulher, tal como o homem gosta de receber elogios e de ser criticada.
A mulher, tal como o homem, gosta de ser conquistada e respeitada. Gosta sobretudo de sorrir e deitar umas belas gargalhadas cá para fora. Não precisa que lhe gritem, nem precisa que a ignorem, precisa sobretudo de saber viver na sua liberdade.
Conquistamos a liberdade, mas será mesmo este o preço a pagar?

Rita Flores


quinta-feira, 11 de junho de 2015

"Quero ter a sorte de um cartoon"

Tudo parece tão mais fácil nos livros, tudo parece tão mais perfeito e "lindo" nas letras das músicas que repetidamente tocam na rádio.
Tudo parece tão mais desejado nos desenhos animados ou nos romances que os outros me contam.

Naquilo que me contam o tempo parece não ter fim, parece não haver horários a cumprir, exames para os quais estudar, grupos que ensaiam ou reuniões nas quais temos de estar presentes.
Nas histórias que me contam a distância era maior, talvez a lágrima mais constante, mas o que eram eles se não a plenitude da confiança e do amor?
Nas histórias deles não havia telemóvel, tudo era mais paciente, mais directo e mais trapalhão, por vezes, mas, havia tempo!
Havia tempo para si, para o outro e para eles.
Havia tempo para se conhecerem devagar e junto à praia.
Havia tempo para mais um sorriso ou mais um post-scriptum numa carta.
Se havia tempo? Não esse era escasso, mas o que é o tempo se não um bocadinho de barro que cada um molda, ajuda e é ajudado a moldar?

Ai o tempo... quem nos dera a nós poder falar do tempo sem que o sentisse-mos escorrer pelos dedos das mãos.
Vivemos na época do imediato: os nossos corações aceleram quando não recebemos logo uma mensagem de resposta, ficamos logo assustados quando nos deparamos com o imprevisível.
Não somos exigentes com o nosso cumprimento de horas, mas, então, o que pedimos dos outros? Que o avião parta exactamente na hora que o bilhete anunciava? Que nos respondam a toda a hora onde estão ou o que fazem?
Que mais poderemos exigir do que aquilo que, também nós, somos capazes?

Não fiquemos pelo contentamento, não exige-mos o impossível ou o utópico.
Exige-mos o sonho!
"Recordemo-nos sempre de que sonhar é procurarmo-nos"

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Não vejo a hora

Quando acordo de manhã das coisas que mais me custa é saber que daqui a uma hora tenho de estar pronta para apanhar o autocarro, sempre a mesma rotina, mas nunca ele chega à mesma hora. 

As pessoas que ele traz, essas sim, foram-se tornando caras conhecidas paras as quais um sorriso transmite os bons dias. Ao fim de algum tempo conseguimos descobrir um pouco das suas histórias, parece que o olhar atento e observador de um jornalista tem o seu sentido existencial. 

Assim que entro é muito fácil perceber se o motorista acordou com os pés de fora ou se fui eu que acordei acordei. 

Os contos que se ouvem são sempre diferentes: sabe tão bem viajar com crianças, pelo menos há sempre uma novidade do que a professora ontem lhe ensinou ou do novo episódio que deu da Violetta. Terá ela um novo amor? Ou, será que ela já fez as pazes com as suas amigas?

Ao contrário das crianças que espontaneamente vão contando as suas brincadeiras a todos aqueles que viajem no autocarro, os mais jovens passeiam as suas pastas. O orgulho de mostrar a capa e batina, mas o fácil desistir de uma gravata bem composta, de uma batina vestida ou de umas meias sem um único foguetão pronto a descolar. Em dias mais frios erguem as suas sweats de curso e sem ninguém saber se têm as cadeiras feitas ou não, lá estão eles, no autocarro, a bocejar, prontos para mais uma aula que tem presença obrigatória. As frases bonitas de Coimbra, da saudade e do correr do rio Mondego tornam-se parte do dia a dia, tornam-se cliché e deixam de lado o eterno espírito poeta do estudante que não verga em deixar a sua marca nas mesas da faculdade.
Os mais velhos, que tanto têm para nos contar, permanecem no silêncio há espera de alguém que lhes pergunte "Como andas?" para poderem começar com o "Vai-se andado. No outro dia..." era apenas o que eles mais queriam, alguém que os ouvisse.

As aulas terminaram e a época de estudo prolongada começou. A chegada do verão já não representa os 3 meses de preguiça no sofá prontos a fazer uma maratona de episódios de "qualquer série que agora passe na FOXLife". 

Não terminaram as viagens nos autocarros, mas os horários não serão os mesmo, as pessoas que nele andam mudam de rotinas ou mantêm as mesmas de sempre quem sabe, agora sou fui eu quem mudou a minha.

Não veja a hora de entrar no 33 e saber qual foi o novo texto que a Carolina leu em voz alta para a professora.


Não vejo a hora de entrar no 33 e descobrir quem sãos os novos caloiros que escondem o sorriso envergonhado e o brilho nos olhos reflexo da ansiedade.


Não vejo a hora de entrar no 33 e saber como está o neto da Sra. Filomena, que agora já deve ter uma nova pista de carros e com comandos sem fios para ele não tropeçar.


Mas, agora, não vejo a hora de quebrar a rotina e deixar o 33 ir sozinho, porque eu hoje fico a dormir (só) mais um bocadinho.





domingo, 31 de maio de 2015

E o "para sempre" existe mesmo?

É tão estranho pensar numa história e como ela cresceu.
Olhar para fotografias, relembrar os momentos e as memorias que elas representam, os sonhos que tinham. Reparar bem no modo como os seus olhos apaixonados se tocavam e pensavam no que seriam daí a dez anos. Juntos? Separados pela distância, mas sempre perto do coração? Quem poderia responder a essas questões se não apenas o tempo? Quem poderia garantir que o “juntos para sempre” existia mesmo e não passava de mais uma das frases bonitas escritas nos contos de fadas.

A história deles será que a previam? Certamente que ideia de futuro esteve sempre presente, mas será que era assim tão forte? Tinham assim tanta certeza? Como é que tão jovens encontraram o amor? São tantas as perguntas que surgem quando penso nas pequenas histórias que partilham comigo. Só duas pessoas tão verdadeiras e genuínas podem viver as coisas de uma maneira tão intensa e duradoura, podem pensar que ele tem as suas coisas, ela tem as dela e juntos têm as deles.

Por isso é que não são apenas fotografias, não são simplesmente folhas de papel impressas e colocadas numa moldura para que, quando alguém olhe para ela pense no que representa e no que transmite. Um beijo numa foto o que poderá dizer? Amor? Amizade? Intimidade ? Eternidade? Será o momento tão duradouro com a fotografia ? O tempo dá-lhe outra cor, mostra a passagem, os sorrisos agora marcados pelo caminho, as primeiras rugas no canto do olho, o primeiro daquele que será o seu percurso de vida.

As fotografias contam-nos mais do que histórias, mais do que momentos. Apresentam-nos mais do que um pai, uma mãe, um amiga ou um desconhecido. As fotografias são apenas lidas por quem lá está, reflectidas por quem as histórias, que elas contam, ouve e imaginadas por quem as observa.
As fotografias são o melhor presente que podes receber, porquê? Porque aí sim podes acreditar que o “para sempre” existe mesmo





sexta-feira, 6 de março de 2015

Entre o antigo o novo...

Tenho saudades… Recordo-me de ti, da primeira vez que te ouvi e que me encheste o coração. Tenho saudades quando eram horas aquelas que passávamos juntas, sem o olhar atento ao ponto dos minutos, para ver quanto teriam já passado.

Tenho saudades de quando eras tu que preenchias as minhas tardes e noites, mesmo quando nada parecia funcionar corretamente, muito menos existir melodia.

Tenho saudades de quando eras a razão do meu sorriso, um motivo de força maior que me obrigava a sorrir mesmo quando o dia não parecia correr tão. Algo que me fez querer ter-te na minha companhia, acordar, ver-te e sentir-te.

Tenho saudades de quando eras a razão do meu choro, a razão das lágrimas, que sem eu dar por isso desciam pela minha face e deixam marcas no papel, nas partituras que tanto ainda tinham por decifrar.

Tenho saudades de quando eras a minha desculpa para vir para casa mais cedo, ou de quando eras o meu motivo para querer ter aulas até bem à noitinha.

Tenho saudades de quando eras a força de um grupo, a principal razão de combatermos o frio, o escuro e contemplarmos o luar. De quando era contigo que me ensinavam a olhar para as estrelas e ver que histórias teriam elas para me contar.

Tenho saudades, mas ainda bem que tenho, significa, acima de tudo, que fui muito feliz quando estive contigo. Continuas no meu quarto, bem junto ao meu pequeno sofá, onde depois de jantar faço questão de me sentar e sentir as tuas cordas nos meus dedos. Dedos que agora têm outras marcas, outras feridas, causadas por motivos que também um dia, certamente, me farão sentir saudade, mas desse um dia, talvez muito em breve, escreverei.

O viver a teu lado não tem nenhum estilo, género ou partitura, o partilhar contigo os momentos em que percorro os diferentes caminhos que escolho caminhar, isso sim faz-me querer ter-te sempre na minha companhia.
Sinto saudade, mas cresci muito quando te deixei.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Será?

Início de um novo semestre. O recomeçar de uma "rotina" de estudante e dos horários de tentativa de não perder o autocarro para dar uso ao famoso e amigo quarto de hora académico. Novos desafios nos são lançados e mais do que o decorar de um novo horário, dos anfiteatros onde vamos ter aulas, somos confrontados com novos projetos e iniciativas nas quais queremos participar.

Porém, como diria um amigo meu o que um escuteiro faria no fim, seria uma avaliação, e como boa escuteira que sou, farei jus ao pressuposto:

"Então como correu o primeiro semestre?"
Bastante bem, até consegui tirar boas notas e apenas ir a um recurso para melhoria.

"E estás a gostar?”
Sim, estou a estudar aquilo que sempre desejei e espero vir um dia a ser uma verdadeira jornalista, não ficando apenas com o rótulo de estudante de jornalismo.
Todavia, a verdadeira questão deveria ser se o curso me sacia, se me desafia, e a tal pergunta responderei que não. Tudo bem que o desafio é criado por cada um de nós, sendo por isso e para isso que a Universidade e a própria AAC nos oferecem diversas oportunidades de nos expandirmos naquela que será a nossa área futura de profissão. Mas então a segurança e o crescimento dentro das quatro paredes de uma sala? Não será, também, suposto desafiar-nos e dar-nos sede de mais?
Não digo que o próprio curso não me dê vontade de saber mais, de estudar ou de aprender a informar(-me) melhor, apenas me questiono se será o meio mais completo e preenchido de o fazer. Todo o estudante pode ser jornalista, não se cinge apenas ao relato noticioso, mas dentro da sua área de estudos poderá ser um repórter e um investigador.
Suponho que muitos de nós caloiros (e os já denominados de doutores) se questionem sobre o curso que frequentam. Não será o questionamento uma presença eterna de um jovem estudante que pouco consegue prever do mercado de trabalho e de um estilo de vida futuro? Se o jornalista se questiona e se sente eternamente insatisfeito então, provavelmente, as cadeiras onde me sento e ouço quem mais experiência e sabedoria tem, me contam verdadeiras histórias de adultos que também um dia sonharam vir a ser grandes jornalistas e se questionaram: será?

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Por vezes...

Por vezes o desafio não é escrever, é ler.
 Por vezes penso sobre aquilo que quero escrever, sobre o modo como gostaria de deixar as pessoas a pensar ou simplesmente no quanto tudo o que escrevo são apenas arco íris e unicórnio. Pergunto-me de que modo é que as palavras realmente marcam as pessoas, de que modo elas afetam e alteram a visão de quem as lês.

Mais do que escrever, é ler quem também as escreve. É poder crescer naquele que é o maior dos contos de fadas, as palavras.

Por vezes o desafio não é sorrir, é chorar.
Queremos tanto mostrar que somos fortes, que sabemos dar respostas tortas e engraçadas, para não mostrarmos que algo realmente nos afeta. Através da futilidade e das conversas sem sentido, que não passam de puro tempo gasto, demonstramos aos outros o quanto podemos ser conhecidos um dia, quantos seguidores temos nas redes sociais, ou quantos gostos temos na nossa foto de perfil.
Esquece-mo-nos que quem nos conhece verdadeiramente não se conquista e não se deixa conquistar pela nossa montra de forças, mas sim pelo espelhar das nossas fraquezas. Se chorar o reflete, porquê escondê-lo? Deixa que elas mostrem o caminho da essência.

Por vezes o desafio não é ganhar, é aceitar a derrota.
Vivemos no dia em dia a correr, com tanta pressa que nem sabemos bem como havemos de completar todos os pontos que marcamos na nossa agenda. Vive-mo-la de tal modo acelerado, que deixamos de reparar que apenas somamos vitórias, histórias essas que apenas nos ensinam a ser o maior contemplado. E para que isso nos serve? Nada, relativamente nada. Saber perder e saber erguer a cabeça faz-te ambicionar cada vez mais, faz-te sonhar.

Por vezes o desafio, é apenas "mais uma coisa".
Afinal, o que é o desafio? O que é suposto ele ser para mim? Algo difícil e que quero conquistar? Ou simplesmente algo tão nobre, que nos temos vindo a esquecer? Ora aí está. O desafio é definido pela sua indefinição. O desafio é aquilo que nós quisermos, ou como diria alguém especial, "estou num país livre, fraço o que eu quiser!". Pois, bem... "Não comas de faca e garfo. Labuza-te".

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"Anda, faz uma pausa..."

Início de mais um ano, doze passas, doze desejos. Os meus? Ficaram todos eles por pedir. Porquê? Talvez porque não me sentei a pensar bem no que gostaria de pedir, ou simplesmente por querer que este novo ano fosse diferente (ou que continuasse a ter "aquele sorriso estranho"). 

Nova fase. Caloira daquele que foi um dos doze desejos de há muitos anos atrás. Aquilo que tenho vindo a aprender com ele, não foi totalmente fruto do que sentada nos frios auditórios da Faculdade de Letras, ouvi e me deixaram (mais) pensativa. Talvez uns dias mais acordada, outros mais sonolenta (mas nunca dormindo garanto), fizeram-me reflectir apenas na verdadeira essência do que será um jornalista, como também na quantidade de matéria que iria sair no exame final daquela cadeira. A permanente frase do "será isto matéria? será isto apenas para nos deixar pensar?", ora pois bem, feita a leitura dos sumários daquela que será a matéria avaliada concluo que: naquelas salas, onde se respira tradição, onde se lêem frases e se ouvem passos a criar o novo conceito de hora académica, tomamos consciência de que acima de tudo estamos na faculdade para crescer, para nos tornarmos cidadãos melhores e mais completemos, para formarmos carácter e, muitíssimo importante nos dias de hoje, fortalecer o nosso espírito crítico. 

Quem precisa de ter consigo um brilhante cozinheiro, que saiu da sua escola de formação com uma belíssima média, se não sabe fazer a bela da simples omelete? Ora pois bem, obtemos a mesma resposta quando nos questionamos sobre o porquê de tanta importância dada à teoria nas nossas presentes áreas de estudo. 

Chegada a janeiro… Quem diria que já terminou um semestre de aulas, quem diria que Coimbra tinha um pulsar tão grande como aquele que se sente diariamente em cada estudante. Certamente, neste mês, que tanto estudo se faz sentir, damos sentido às originais palavras que descrevem a nossa cidade: a cidade dos estudantes. Contudo, do que é feita a vida de um estudante se não de aprendizagem? Ora pois bem, parece mais uma daquelas frases que, de vez em quando, vamos dizendo aos nossos pais, uns mais longe e outro mais perto, sobre o quanto a faculdade é uma verdadeira escola de vida. Não nego o meu total acordo com a mesma, mas do que é feito do sentimento de revolta estudantil? Do que é feita a necessidade, quase constante de escrita? De que é feito dos estudantes, que tão representativos da cidade de Coimbra, eram cidadãos tão ativos politicamente? De que é feito tudo isto, se nem nas votações para a sua própria associação estes participam na sua totalidade? Ora pois bem, se queremos ser os melhores naquela que é a nossa área de estudo, não esqueçamos da importância que atualmente o conceito de número tomou, mas também nos façamos lembrar que é preciso saber ser os futuros responsáveis pelo nosso Portugal.

Fruto de um pequeno semestre, talvez já sentido demasiado daquela que considero ser a minha cidade. Olho pela janela do meu quarto, vendo as luzes ligadas, as persianas fechadas e os carros que ainda vagueiam pelas estradas e relembro-me do quanto é essencial saber viver, saber jogar e saber perder, saber competir e saber dar o braço a torcer… ora aqui está, momentos de pausa, são os que nos aquecem e nos ensinam a (querer) saber.