quarta-feira, 30 de abril de 2014

Afinal, de que vale...?

Sinceramente, não sei bem o que escrever. Faltam poucos dias para completar 18 anos, idade segundo a qual, no meu país, me torno oficialmente adulta.
Porém, nestes últimos dias questiono-me o que é isto de ser adulta. Desde sempre me dizem “ Já não és nenhuma criança!”, “Olha que já és uma mulherzinha, devias comportar-te como tal!”… E com todas estas frases qual será a grande mudança? Qual será a grande diferença dos 17 para os 18? Mais um ano? Mais liberdade e consequentemente, mais responsabilidade? A entrada na faculdade? O início da luta da independência financeira?

Ter nascido numa época em que, no meu país, a liberdade é um direito adquiro deu-me uma perspectiva diferente sobre as coisas, nunca tive de lutar por um lugar na escola ou por uma boneca de brincar. Certamente, nada me foi dado de mão beijada, porém as lutas são diferentes e o verdadeiro sentimento de falta, esse nunca o senti. Sou uma orgulhosa neta de Abril, sempre honrarei e continuarei as lutas iniciadas por aqueles que me quiseram oferecer um futuro melhor! Afinal, de que vale uma revolução se não sabemos dar-lhe continuidade, ou se não soubermos aproveitar e investir na melhoria da qualidade de vida de um país?

Graças a todas a mulheres lutadoras posso agora exercer o meu direito de voto e ser uma cidadã activa na vida política do meu país. Afinal, de que vale as lutas contínuas pelos nossos desejos de igualdade se de seguida não sabemos tratá-los por igual?

Pelo esforço dos meus pais, tive (e tenho) direito e o privilégio de receber uma educação, a liberdade de escolha do curso e da cidade onde pretendo prosseguir estudos. Afinal, de que vale o esforço se trabalhas diariamente para obter uma recompensa?

São poucos os que sabem aquilo que querem ser, e eu sou uma delas, porém independentemente do curso que escolher certamente honrarei tudo aquilo que aprendi e lutarei por dar a todas as gerações futuros, um futuro melhor, com mais sorrisos e cheio de felicidade. Afinal, de que vale a felicidade se não a partilhamos?