sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Coimbra a cidade...

Muitas são as letras das músicas sobre a hora da partida, sobre o momento da despedida, em que "se aprende a dizer saudade".
Mas então e o momento da chegada? O momento daqueles que regressam?
Coimbra, talvez se esteja a tornar, cada vez mais, numa cidade de passagem. Numa cidade em que chegam todos os anos novos estudantes desejosos de conhecer a beleza da cidade, o encanto do rio e o esplendor dos laços de amizade e amor que por aqui se criam.
Todavia, muitos são, também, aqueles que sempre aqui moraram. Muitos são aqueles que agora conhecem, com um outro olhar, a cidade onde sempre cresceram e continuam a crescer.
O desejo de viver tudo isto é o mesmo (ou se calhar um bocadinho maior), pois vêm sempre no horizonte o tão desejado "começo", até que um dia chegue a sua vez.
Quando chega a sexta-feira muitos são os autocarros que enchem. Desde malas, a sacos de viagem; de lancheiras, a grandes sacos térmicos, onde o reino do tupperware agradece à mamã, que refeições salvou do cansado e da preguiça.
Sobre isso (ainda) não sei como escrever, visto ter o privilégio de viver na casa onde sempre vivi, ao lado daqueles que tanto trabalham para me poder proporcionar toda esta jornada e, acima de tudo, me amam.
Contudo, há algo que começo a escrever sobre... Coimbra a cidade das chegadas.
Aquele momento em que se enchem os autocarros, mas de quem está de regresso, de quem vem passar o fim de semana à sua cidade, que acolhe agora outros estudantes.
Agora, também eu, espero por essa chegada, por esse retornar a casa. Afinal o melhor de sair é saber que "há sempre alguém que espera por nós".
Coimbra tornou-se na cidade de quem sai, mas principalmente de quem regressa. Porque no coração de quem aqui vivi (e sempre esta será a sua casa) reside o verdadeiro valor da saudade, o verdadeiro "Mondego a correr nas nossas veias", o sonho, a graça, o beijinho que ficou por dar e que aquele que aqui espera para ser entregue.
Quem por aqui passa aprende a esperar, aprende a sentir saudade e a dizer, que esta, traz tantas certezas, como vontades de acreditar naquilo que o futuro (nos) reserva.

"Dá-me tempo de acertar nossas distâncias"

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