sábado, 25 de junho de 2016

Tempo ou Contratempo?

Não sei se é o tempo que passa ou se somos nós que o deixamos passar.
Toca o despertador. Por vezes um banho, por vezes o pijama permanece até que a monotonia das cores e do confortável vestuário se tornem incomodativos.
São oito da manhã e esta semana já não há aulas. Quem nos dera a nós que as obrigações voltassem a ser levantar, vestir e ir para a faculdade. Uma pausa almoço, um fino quando podíamos e de novo subir as escadas até ao piso do anfiteatro.
É verdade que na universidade existem aulas às quais não há obrigatoriedade de participação. Porém, as consequências que daí advém são aceites por cada um dos universitários que de modo autónomo tomou esta decisão. Se faltou não se admire que algo lhe falhará no exame mas, sinceramente, não é por ir a todas e não reler mais do que os conteúdos tecnológicos expostos que estamos a salvo de uma nota que torna o tão apetecível sabor a férias mais longe de ser encontrado.
Ao mesmo tempo somos desafiados a crescer na decisão e naquilo que obtemos quando fazemos escolhas. Não, não somos jovens e por isso fazemos aquilo que nós quisermos. (Querer dizer, fazemos, mas é também daí que advém a responsabilidade) Somos jovens e por isso usufruímos desta liberdade, desta "inconsciência", desta imaturidade de querer ser sempre assim.

Do que menos gosto neste ciclo de estudos? Estudar tudo numa pressa sem sentido ou em cima do joelho. Se existe um semestre que o trabalho seja desenvolvimento durante o mesmo. Se alguns podem ser fruto do tão na moda verbo procrastinar, que o outro seja pela incapacidade de exigir algo mais e contínuo.
De que vale a uma faculdade marcar um calendário letivo com exames, seguidos de frequências, com trabalhos para entregar no fim, se depois somos obrigados, por nós mesmos e em virtude da nossa autorrealização, a ir melhorar ou, na pior das hipóteses, a procurar ainda dar os créditos como feitos?

Somos uma sociedade ao qual a palavra trabalho assusta. Uma sociedade cansada quando deixa tudo para amanhã. Uma sociedade que tal como no jornalismo é impossível existir uma percentagem nula de imparcialidade. Afinal, esta é uma profissão exercida por seres humanos, indivíduos com tendências e convicções que influenciam o seu trabalho.
A única solução para esta impossibilidade seria a alteração da constituição, porém se a audiência questiona-se diretamente o exercer da profissão, os que a executam teriam um maior cuidado no modo como o realizam.
Afinal de contas o jornalismo e os estudos não são matérias tão díspares. Basta apelarmos aos critérios de avaliação, em vez da Constituição.

Não sei se é o tempo que passa ou se somos nós que o deixamos passar, mas desta vez fiz uma pausa antes de almoço, para procrastinar como tanto gosto: a escrever.

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